EM ÁLBUM DE ESTREIA, #ESTUDEOFUNK REÚNE VIVÊNCIAS E PLURALIDADES DA CENA CARIOCA

#EOFunk Volume 1 chega a todos os aplicativos de música, com 16 faixas produzidas e interpretadas pelos artistas participantes do projeto, que é realizado pela Fundição Progresso. São músicas que versam sobre as vivências diversas dos músicos, passando por reflexões sociais, relatos sexuais e amorosos e narrativas da cena funkeira carioca.

O disco é uma celebração da diversidade de vozes abraçadas pelo #EOF, oferecendo uma janela para o público conhecer as histórias dessas jovens vozes. É o que explica Taisa Machado, diretora artística do projeto: “O #estudeofunk se alimenta da vontade de impactar e registrar o poder do movimento carioca. A ideia com o álbum é apresentar nosso time de estrelas, mas também reviver uma cultura dos primórdios de funk, relembrando os discos de equipes que construíram a cena funkeira, como o ‘Rap Brasil’, ‘Tornado Muito Nervoso’, da Furacão 2000, ‘New Funk’ e muitos outros”. Ela explica que, com isso, o desejo é de exaltar o poder de criação de tendências que o funk teve e ainda tem na cultura brasileira.

É o caso da reflexiva faixa “Eu Sou Amor”, que narra a caminhada, as ambições e ideais de sua intérprete, Winnie, que é cria do Vidigal. Acompanhada de produção assinada por Lastra, ela canta: “Vivi tantas guerras, mas sou amor”.

Este clima, de otimismo e resiliência em meio aos desafios, marca presença em mais outras faixas da tracklist. Em “Jacaré no Peito”, com beat de funk rasteiro também assinado por Lastra e vocais por conta de Nego Zu, a mensagem é encorajadora, apesar das dificuldades do cotidiano. Na música seguinte, “Família”, Codazzi destaca a importância da rede de apoio familiar em sua vida, enquanto MC Chachá traz outra perspectiva. “De antemão eu nunca tive família/Eu tô no corre por mim, pela minha filha”, ela versa.

A perspectiva feminina brilha também em “Gotham City”, cantada por Adrielle e produzida por $idean, na qual a cantora elege a figura da Mulher-Gato como referência de força para circular na cidade e no baile, poderosa. Por sua vez, “Trans Brasil” reúne confissões de força e empoderamento de um corpo transgênero navegando em uma sociedade hostil a corpos dissidentes. “Direção da cena pode ficar à vontade/De antemão vem se problema ela é mulher de verdade”, canta Havanna, na faixa produzida por DJ Funk In Rio e Letícia Salgueiro.

AMOR E SEXO

Reflexões sobre relacionamentos amorosos também têm lugar na mistura de narrativas do novo registro. Um exemplo é a faixa de abertura, “Só Sei que Me Apaixonei”, que temprodução assinada por Beat do Ávile e Isaque IDD, na qual MC 2R Robin Rude narra uma paixão à primeira vista no baile. A levada é outra em “Vai Me Pagar”, em que Lady Ly convida Preta Queen B’Rull, Adrielle e Taty Aleixo para somarem aos versos de superação pós-término.

Por sua vez, “Thaís” descreve uma figura feminina que domina e para o baile – esta com MC Farrá na voz e DJ João CDD e DJ SEDUTY no beat.

Para além das vivências amorosas, o sexo, que é tema tão recorrente do funk carioca,

também é parte importante das mensagens transmitidas pelo novo disco. Parceria de Taty Aleixo com Lastra, “Joga Joga” traz a narrativa da liberdade sexual com protagonismo feminino. Já “A Gente Foge”, colaboração entre Valen e $idean, revela a intimidade de um casal apaixonado. “Todas as noites/A gente foge/Minha válvula de escape é você em mim”, ela canta.

Bastante fiel a seus trabalhos anteriores, Wes também colabora com a tracklist, em um funk proibidão sem vergonha de ser. É “Cospe e Senta”, que conta com produção de DJ Swag do Complexo. Outro exemplo é “Me Bota”, na qual os vocais graves de Nego Zu contrastam com os versos descarados de Lady Ly.

ENCONTRO DE SONS E REFERÊNCIAS

Talvez um dos maiores trunfos deste lançamento do #estudeofunk seja a constante mistura de ritmos e referências musicais proposta por seus artistas. São encontros que enriquecem a experiência do ouvinte, evidenciando também o funk carioca como ponto de encontro para muitas outras manifestações artísticas. “A riqueza de diversidade que o #estudeofunk abriga é sem dúvida nosso maior tesouro e ela reflete a ebulição cultural conectada a cena funk que rola no Rio de Janeiro e na região Metropolitana”, comenta Taísa.

Essa abundância cultural fica bastante evidente em faixas como “Ela É Toda Ão”, na qual tecnobrega, eletro e bregafunk são parte da mistura promovida por MC Moz e DJ Seduty, versando sobre a beleza da mulher que foge dos padrões.

Outro exemplo é “Pele Dourada”, que tem ritmo frenético e abraça sons do R&B e da house music na produção, assinada por Lastra e Detonacry. Quem assume os vocais é Lizzie.

Fechando os trabalhos do novo álbum, a dobradinha “Bota no Beat” (Preta Queen B’Rull e Jujuliete sob produção de Lastra) e “Brinde dos Cria” (Lekin nos vocais, com produção e voz de $idean e colaboração de Lastra no beat) brilham por celebrar a força e a caminhada de seus artistas na cena do funk e na sociedade.

A primeira faz isso incorporando elementos do ballroom – som do movimento político e cultural da cena LGBTQIAP+ negra latina-americana –, com versos ferrenhos sobre auto estima. A última é uma junção do afrobeat com o funk carioca, encerrando o disco em clima de confraternização.

O álbum “#EOFunk Volume 1” é mais um lançamento fomentado e criado dentro do projeto #estudeofunk, programa de aceleração artística e desenvolvimento de jovens talentos do funk, realizado pela Fundição Progresso. Chega às plataformas de áudio e streaming pelo selo FundiSom, enquanto a produção fonográfica e a assessoria de curadoria e workshops ficam por conta da agência Atabaque.

#EOFunk Volume 1 – TRACKLIST

1. SÓ SEI QUE EU ME APAIXONEI – 2R Robin Rude [prod. Beat do Ávila, Isaque IDD]
2. EU SOU AMOR – Winnie [prod. Lastra]
3. JOGA JOGA – Taty Aleixo [prod. Lastra]
4. VAI ME PAGAR – Lady Ly feat. Preta Queen B’Rull, Adrielly & Taty Aleixo [prod. Renan Valle, Letícia Salgueiro]
5. JACARÉ NO PEITO – Nego Zu [prod. Lastra]
6. FAMÍLIA – Codazzi feat. Mc Chachá [prod. Lastra]
7. GOTHAN CITY – Adrielle [prod. $idean]
8. PELE DOURADA – Lizzie [prod. Detonacry & Lastra]
9. THAÍS – MC Farrá [prod. DJ João CDD, DJ Seduty]
10. ELA É TODA ÃO – MC Moz [prod. DJ Seduty]
11. ME BOTA – DJ Funk in Rio feat. Lady Ly, Nego Zu [prod. DJ Funk in Rio]
12. COSPE E SENTA – Wes [prod. Swag do Complexo]
13. A GENTE FOGE – Valen [prod. $idean]
14. TRANS BRASIL – Havanna [prod. DJ Funk in Rio, Letícia Salgueiro]
15. BOTA NO BEAT – Preta Queen B’Rull feat. Jujuliete [prod. Lastra]
16. BRINDE DOS CRIA – $idean feat. Lekin [prod. $ideam & Lastra]

FICHA TÉCNICA ÁLBUM #EOFunk Volume 1

REALIZAÇÃO: SELO FUNDISOM | FUNDIÇÃO PROGRESSO
ARTISTAS: 2R, Winnie, Taty Aleixo, Lady Ly, Preta Queen B’Rull, Adrielle, Nego Zu,Codazzi, Mc Chachá, Lizzie, Mc Farrá, Mc Moz, Wes, Valen, Havanna, Jujuliete, Lekin
PRODUÇÃO MUSICAL: Beat Do Ávila, Isaque Idd, Lastra, Renan Valle, Letícia Salgueiro, $Idean, DetonaCry, Dj João Cdd, Dj Seduty, Dj Funk In Rio, Dj Swag Do Complexo
CURADORIA ARTÍSTICA: Vanessa Damasco, Emerson Facão, Lil Produtora
COORDENAÇÃO DE PROCESSOS MUSICAIS: Ju Dorotea
DIREÇÃO MUSICAL: Ariel Donato, Ju Dorotea, Lastra
DIREÇÃO VOCAL: Vitu Voz
MIXAGEM E MASTERIZAÇÃO: Ramiro Mart, Lucas Cassano, Gabriel Marinho e Lastra
CAPA: BERRO INC. / Mendes Öjwlio
FOTOGRAFIA: BERRO INC. / Mendes Öjwlio

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